Diante do sucesso das concorrentes Apple e Google no mercado de telefonia, a Microsoft investiu pesado para entrar na disputa. A mais recente empreitada da empresa de Mr. Gates foi o smartphone Kin. Sim, foi, no passado mesmo. Se você não for um aficionado em tecnologia provavelmente nunca deve ter ouvido falar deste aparelho.
A Microsoft decretou a morte do celular apenas um mês e meio após o lançamento nos Estados Unidos. O resultado foi tão ruim que a empresa suspendeu o lançamento na Europa, previsto para ocorrer no segundo semestre. Segundo o site Business Insider, apenas 500 unidades teriam sido vendidas em todo o país.
Pequeno notável
O projeto foi desenvolvido sob total sigilo – sob o codinome “Pink” – e visava atingir o público jovem. Foram vários anos e milhares de dólares gastos para atingir o objetivo. A Microsoft chegou a comprar uma empresa especializada em smartphones, a Danger, para criar o multifuncional.
O Kin foi mostrado ao mundo em abril, em evento da Microsoft realizado no estado norte-americano de São Francisco. O telefone tinha dois modelos: Kin One (mais simples) e Kin Two (mais completo). Ambos tem tela touch screen e teclado físico deslizante. O formato lembra os smartphones da Palm, com bordas curvas e design elegante – apesar de simples.
O Kin One é pequeno, fino e muitíssimo leve. A tela também bem pequena para os padrões atuais e o teclado é minúsculo, o que dificulta o uso de quem possui dedos grandes. A versão maior, o Kin Two, tem teclado mais amplo e tela em formato widescreen. O One tinha capacidade para 4GB de armazenamento, enquanto o Two tinha o dobro (8GB). O interessante é que a câmera, com flash embutido, armazena as fotos diretamente em um site online – deixando espaço livre para a instalação de aplicativos.
Preço alto
Por que um celular multifuncional, bonitinho e que carrega o peso da marca Microsoft não emplacou? Uma das causas era o custo elevado. A versão simples custava US$ 50 e a completa US$ 100. Isso é um preço elevadíssimo se comparado aos da concorrência. A maioria dos HTC e Palms, por exemplo, custam nessa faixa de preço – e tem mais funções. Além disso, era necessário um pacote de dados no valor de US$ 30 mensais.
Isso fez com que a Verizon, responsável pelas vendas, baixasse o preço de cada modelo para US$ 30 e US$ 50, respectivamente. Além disso, toda a equipe envolvida no projeto foi realocada para o desenvolvimento do Windows Phone 7, sistema operacional para smartphones.
Especulações
Analistas apontam desavenças internas na Microsoft como a principal causa do fracasso do Kin. O site Geek.com publicou declarações de alguns ex-integrantes da equipe reclamando da falta de prioridade e unanimidade do projeto. A falta de publicidade e erros na gestão de marketing do aparelho também são apontados como fatores que decretaram a morte prematura do pequeno notável da gigante Microsoft.
Por Alveni Lisboa