Do Sucesso ao Naufrágio em Nove Meses
Foi uma ótima idéia, com um ingrato e triste final: o provedor Super 11 revolucionou a forma de conexão à internet no Brasil e do mesmo jeito que explodiu nas graças do povo, ruiu como um castelo de areia, nove meses depois de Ter iniciado suas operações. Para falar sobre a história do Super 11 precisamos voltar um pouquinho no tempo, mais precisamente no ano 2000, num cenário hoje distante da realidade que vivemos de banda larga, wi-fi e 3G como formas mais populares de conexão à Web.
O Cenário da Internet Brasil Naquela Época
Nesse momento, o usuário se conectava à internet pela sua linha telefônica, ou a um provedor local, cobrando os pulsos como se fosse uma ligação na mesma cidade ou, nas localidades em que não possuíam número de acesso, para a cidade mais próxima, só que a preço de interurbano (!). Aí surgiu o Super 11, com uma idéia revolucionária: prover acesso à Internet gratuitamente através de números 0800 diferentes, atendendo diversas regiões em todo o Brasil. Não preciso nem dizer que essa iniciativa foi de bom grado à imensa maioria dos usuários.
Afinal, além de não precisar pagar o aceso, como outros provedores faziam, o telefone também ficava de graça pro usuário, diferentemente dos outros provedores da época: Ig, NetGratuita (uol) e Terra livre. O Super 11 foi o protagonista da maior corrida por acesso da história da Internet, angariando cerca de 900 mil usuários cadastrados em apenas 7 meses, tanto que houve necessidade do aumento de números 0800 para atender toda a demanda de acessos que se fazia necessária.
Os Primeiros Problemas
A idéia do empresário Nagib Mimassi era de que o Super 11 viveria da receita publicitária de que a popularidade do site gerasse, afinal 900 mil usuários era uma massa grande para atingir com propaganda, só que, Nagib esqueceu-se de que o público que ele abocanhou com a iniciativa era também das classes mais baixas e de muitos que nem tinham um enfoque para isso (crianças e adolescentes). O custo telefônico que não era cobrado dos clientes era uma bola de neve crescente que amarrava as pernas do provedor, que, após 4 meses já teve de fazer uma venda acionário ao Banco Safra, que estancou a hemorragia e pôs a casa em ordem por alguns instantes.
O Fim
No feriado de 7 de setembro de 2000, Nagib reuniu os diretores e estipulou que, se não conseguissem um novo parceiro para injeção de recursos em uma semana, o provedor iria falir. Tinham oferecido para a IG e mais quatro empresas o provedor, ninguém se interessou na compra, mas a IG aceitou “arrendar” os usuários, pagando uma pequena receita ao Super 11 pelo tráfego gerado. Mais uma história de uma boa idéia que não vingou, fazendo ainda com que a IG fosse condenada a pagar as indenizações aos funcionários da empresa falida.