A ANATEL — Agência Nacional de Telecomunicações — optou nesta quinta-feira (9 de dezembro) pelo acréscimo de um dígito nos números de telefones celulares na região metropolitana de São Paulo.
A medida solucionará o iminente problema de falta de números de celular disponíveis para novas vendas. As operadoras terão dois anos para a implantação do novo modelo.
Um Novo Dígito ou Um Novo Código
Frente ao problema da escassez de novos números duas soluções foram apresentadas pela ANATEL ao público. Uma delas previa a criação de um novo código de área para a grande São Paulo. O código 10 atenderia lado-a-lado com o 11 os clientes da região.
Ligações entre os dois códigos de área seriam consideradas como ligações locais — na telefonia móvel, uma ligação é considerada local quando é feita entre localidades cobertas pelo mesmo código de área. Ao contrário, a telefonia fixa só considera como chamada local uma ligação feita dentro do mesmo município.
A segunda solução proposta pela agência previa a inclusão de um novo dígito nos números de telefones móveis dentro da área 11. O nono dígito nos números acarretará em um total de 370 números na área. Na atual distribuição de números com 8 dígitos estão disponíveis cerca de 37 milhões de números. A criação do código 10 criaria tão somente outros 37 milhões de novas linhas.
A Solução Adotada
A medida escolhida pela ANATEL para solução do impasse da escassez de números em São Paulo foi a adição do novo dígito nos números atuais. A escolha, segundo a empresa, tem como principal objetivo manter a padronização dos números da telefonia brasileira. O novo dígito, a ser definido entre 8 e 9, não interferirá na identificação feita pelos usuários entre números de telefones móveis e fixos.
Segundo as operadoras de telefonia celular, a solução escolhida pela ANATEL poderá custar o dobro do previsto para a implantação do código 10, cerca de R$ 300 milhões. O maior problema a ser enfrentado pelas operadoras é a conscientização dos usuários.
O Período de Transição
As operadoras terão até dezembro de 2012 para completar a transição para o novo sistema de numeração em São Paulo. Até a completude do sistema, a ANATEL adotará medidas para evitar que a escassez de números atinja os consumidores.
A mais significativa das medidas é a inclusão do algarismo 5 entre as possibilidades para as numerações de telefones celulares. Hoje são usados os algarismos 9, 8, 7 — principalmente em serviços de trunking, onde há uma mistura de celular e rádio — e 6.
Entre as novas regras está também a diminuição do prazo para a realocação de números em desuso ou cancelados por clientes. O prazo será reduzido de 180 dias para 90 dias.
Os números usados em chips de pacotes de dados 3G também poderão sofrer alterações. Hoje esse tipo de serviço usa a mesma numeração de telefones celulares convencionais, ocasionando o desperdício de números que na maioria das vezes são vetados para chamadas de voz.