Quando analisamos as diferenças essenciais entre as nações desenvolvidas e aquelas em desenvolvimento percebemos que parte dessa distância está na forma como as novas tecnologias estão sendo empregadas na educação. Cada vez mais a tecnologia se torna essencial para a vida cotidiana e pode contribuir para uma maior difusão e disseminação do conhecimento.
O que se observa é que com o passar do tempo aumenta a discrepância em termos de uso de tecnologia por parte das nações que estão listadas como desenvolvidas e aquelas que entram na lista das que estão em desenvolvimento. O papel que está sendo delegado as tecnologias de informação e comunicação é o que está fazendo a diferença. A principal característica que acentua as diferenças de oportunidades entre as nações mais ricas e aquelas menos abastadas se concentra na desigualdade presente nessas sociedades.
Desigualdade de Acesso
A palavra desigualdade sempre foi a chave para compreender porque alguns países conseguem se manter entre as nações mais ricas por tanto tempo enquanto outros continuam patinando na erradicação de problemas como pessoas sem moradia e desempregadas. Quanto mais igualdade de condições e oportunidades uma sociedade oferece para os seus componentes mais fácil é manter as pessoas estudando e conquistando boas colocações no mercado de trabalho.
Atualmente, uma das desigualdades mais cruéis é a de acesso a tecnologia. Nas últimas décadas a transformação da tecnologia contribuiu para que o estilo de vida contemporâneo mudasse. Temos facilidades que seriam inimagináveis no século passado, poder contatar os conhecidos através de mensagens de texto e áudio o dia todo é realmente inovador.
Ter acesso a uma rede de informações a respeito de qualquer tema que se deseje conhecer é ainda mais extraordinário. Quando esse acesso é negado para algumas pessoas se estabelecer uma nova linha de exclusão social. Para que nossa sociedade possa ser mais justa precisa dar mais igualdade de condições e acesso.
O Modelo Capitalista
O mundo de uma maneira geral segue o modelo do capitalismo em que a principal característica é a desigualdade. Isso significa que para que haja sujeitos no topo da pirâmide social e de lucros é necessário que existam aqueles que compõem a camada de base. Alguém precisa sustentar os que estão no topo e isso é o que contribui para a manutenção de uma sociedade desigual.
Desde muito tempo as diferenças entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento se baseia no poder econômico e no poder da propriedade privada e meios de produção. O que se observa atualmente é uma mudança de foco em que os países com mais desenvolvimento social e econômico são aqueles que têm maior produção de conhecimento.
Globalização e o Fim das Fronteiras Físicas
O advento de novas tecnologias contribuiu para que um novo processo de supremacia econômica tomasse conta do mundo. O processo de globalização que a tecnologia do tempo real produziu fez com que as fronteiras físicas entre os países fossem derrubadas de vez. Elas deixaram de existir, tornaram-se meramente virtuais e criaram uma nova dinâmica de divisão social do mundo.
É possível identificar a formação de três blocos que são:
Primeiro Bloco – Países Desenvolvimentos
Nesse bloco estão os países que trabalham com foco no desenvolvimento do conhecimento investindo em patentes, pesquisas científicas e desenvolvimento de novas tecnologias. Com esse fôlego de produção e tecnologia esses países estabelecem o estilo de vida que será adotado pelo resto do mundo. O principal exemplo desse bloco são os Estados Unidos.
Segundo Bloco – Países em Desenvolvimento
Nesse grupo estão países que tem o potencial para se desenvolver e tem características que atraem os países do grupo do primeiro bloco para instalarem suas fábricas. O Brasil é um exemplo de país do segundo bloco.
Terceiro Bloco – Países Subdesenvolvidos
Os países do terceiro bloco não possuem estrutura e/ou potencial para a produção de bens materiais ou de conhecimento. Sendo assim precisam viver dos restos dos países dos dois primeiros grupos. Muitos países do continente africano vivem essa situação.
Trabalho em Conjunto
Por mais curioso que pareça observando o panorama apresentado acima é essencial que se destaque que esse é um momento positivo em termos de interação entre diferentes nações. As tecnologias da informação e da comunicação tornaram possível o intercâmbio de informações entre cientistas que vivem sob diferentes bandeiras e que falam idiomas diversos. O avanço da tecnologia tornou a interação muito mais simples e isso reflete numa maior produção de conhecimento.
O Novo Mundo dos Excluídos
Embora a tecnologia tenha criado uma nova configuração na lógica do planeta ainda existe o grupo dos excluídos. O que mudou foi somente o motivo de tal exclusão e como esse processo acontece. Os excluídos dos benefícios desse novo mundo que está sendo construído não podem usufruir de tais condições por falta de recursos. Muitos países encontram-se a margem da produção e acesso a conhecimento gerado por pesquisa.
O fato de indivíduos e até países inteiros não terem acesso a tecnologias da informação e da comunicação faz com que os mesmos estejam sujeitos ao domínio daqueles que detém esse acesso. Mesmo países que tem acesso a tecnologia enfrentam dificuldades, pois o problema pode estar concentrado em pequenas regiões de seu território. O Brasil é um grande exemplo disso.
Embora nos últimos anos nosso país tenha demonstrado que está caminhando para a entrada no primeiro bloco ainda tem regiões que são isoladas em termos de acesso. Enquanto se mantiver essa exclusão haverá um grande empecilho para que se possa trabalhar com a produção de conhecimento.
Como a Tecnologia Pode Ser Usada Para a Inclusão Social
Como pudemos perceber ao longo deste artigo a tecnologia é a ferramenta principal de desenvolvimento do mundo contemporâneo. Sendo assim se mostra uma excelente alternativa para a redução da exclusão social. A seguir vamos listar algumas estratégias para usar a tecnologia como inclusão social.
– Aumento das possibilidades de acesso ao conhecimento
Para que mais pessoas possam ser incluídas e contribuam para que o país entre no primeiro bloco de desenvolvimento é fundamental que possam ter acesso facilitado ao conhecimento. Somente com mais efetividade do sistema de ensino se pode criar uma sociedade em que a produção de ideias é principal foco.
– Investimento em instituições de ensino superior público
Para dar condições igualitárias de acesso e produção da tecnologia é essencial que haja concentração no fortalecimento de instituições públicas de ensino superior. A base estudantil é muito importante, no entanto, é nos últimos degraus da qualificação escolar que a produção de ideias é mais intensa.
– Educação digital desde cedo
A melhor maneira de despertar o interesse dos jovens pela produção de conhecimento tecnológico é incluindo a tecnologia em suas vidas desde cedo por meio de uma alfabetização digital. A tecnologia é a nossa principal ferramenta para lutar contra a desigualdade.