Saiba como é possível construir chips utilizando materiais tão comuns
Os cientistas descobriram uma utilidade nada comum para objetos corriqueiros no lar de qualquer pessoa: agulha e algodão.
O feito foi obtido por cientistas australianos, que apresentaram um dispositivo microfluídico que utiliza agulha e algodão de maneira conjunta para criar biochips. Os biochips criados na realidade são microlaboratórios do tamanho de um selo (sim, laboratórios pequenos como selos postais). No entanto, este mini laboratório é capaz de realizar análises químicas e biológicas que antes só poderiam ser realizadas em grandes laboratórios especializados.
O principal objetivo da pesquisa e fabricação de um componente tão pequeno, mas tão poderoso, é a possibilidade de aplicação em área como medicina e até sensoriamento ambiental. A medicina se beneficiaria muito com um mini laboratório que fosse portátil o suficiente para caber na ponta de um dedo.
Equipes de engenharia ambiental também utilizariam bastante o microchip, pela sua capacidade de análise.
Diferenças entre o biochip “costurado” e um biochip comum
Um chip comum é feito em pastilhas de silício (metal condutor comumente utilizado em componentes eletrônicos. Por não ser um recurso renovável, os cientistas estão a procura de um material que possa substituí-lo) e com pequenos sulcos ou ranhuras, pelos quais passam as informações (as informações no caso são fluídos analisados pelo biochip) processadas pelo componente.
No biochip convencional é necessário utilizar bombas para fazer com que o líquido percorra o caminho determinado para a análise.
No novo chip aos sulcos por onde os fluídos devem passar são confeccionados em algodão, e o interessante é que o componente não perdeu a precisão do cálculo.
Através de um sistema de repulsão ou atração do líquido através de produtos químicos, e até mesmo pela própria estrutura do componente inventado permitir que o líquido percorra o caminho correto através das capilaridades próprias dos fios, o transporte dos fluídos fica mais fácil.
Fabricação
O processo de fabricação do novo equipamento é prosaica: sobre um pedaço de papel ou outra superfície os pesquisadores vão formando sensores micro fluídicos. A função desta estrutura é a de detectar e quantificar corretamente as substâncias liberadas na urina de pacientes com algum problema de saúde.
Para que os fluídos corram corretamente pela estrutura de algodão foi necessário o uso de substâncias que atraem ou repelem líquidos, tornando previsível o caminho percorrido.
Vantagens
A grande vantagem da descoberta é que o processo de fabricação torna o chip muito mais barato. Isto ocorre porque são necessários apenas agulha e máquinas de costura para iniciar a produção dos componentes. As máquinas utilizadas podem ser as domésticas.
Além disso, é simples, o que torna o procedimento mais prático e reduz custos também.
Outra grande vantagem é quanto ao método de fazer o líquido a ser analisado circular pelas estruturas corretas, o que torna a fabricação ainda mais barata, por um elemento (o sistema de bomba) não precisa ser utilizado.
Andressa Silva.