Diga-se de passagem, jogos de tiro em primeira pessoa estão mais do que manjados nos últimos anos. Os FPSs, jogos onde o jogador encarna o personagem adquirindo o seu ponto de vista, são a grande aposta da maioria dos grandes títulos em circulação hoje. São peixes grandes adeptos do estilo de filmagem: Call of Duty, Halo, Medal of Honor, Far Cry, Call of Juarez, Left 4 Dead, Half Life e seu próximo episódio muito em breve, entre muitos outros. Mirror’s Edge é um game em primeira pessoa, no estilo first person shoooter, que desobedece às regras do atirador comum. Uma idéia interessante em um cenário bem diferente do que estamos acostumados, essa é a aposta da produtora norte-americana DICE e a publicadora Eletronic Arts.
O Céu é o Limite
Em Mirror’s Edge o jogador não tem mais as limitações comuns de um jogo em primeira pessoa. O HUD, head up display, conceito dos jogos em primeira pessoa onde o jogador tem o mesmo ponto de vista que o personagem, e não é visto o corpo do personagem também não é respeitado. A protagonista Faith, não economiza em fazer sombra no chão e nas paredes dos exuberantes cenários da grande metrópole onde o game é ambientado. Você ainda pode ver o reflexo da personagem e vidros espelhados e outras superfícies reflexivas, assim como seus braços e pernas quase o tempo todo enquanto faz suas acrobacias. As ruas não são o caminho mais apropriado para as missões de Mirror’s Edge. Você terá que se arriscar a dezenas de metros de altura em topos de edifícios, saltando entre um e outros e invadindo centrais de operação do inimigo em busca de informação. Medo de altura é um conceito que não existe no vocabulário de Faith, e é melhor que não exista no seu também. Um vacilo e você verá a jovem de oriental de cabelos negros despencar rua abaixo.
A Luta
Em uma sociedade com um governo totalitário e repressor, qualquer forma de resistência é duramente combatida. As comunicações são monitoradas pelo governo, restando apenas uma saída para os membros da resistência: usar mensageiros, os chamados corredores. Faith é uma corredora. Ela entrega mensagens entre os membros da resistência usando suas habilidades com o Pakour, um esporte originado na França, baseado em acrobacias e movimentos ousados em construções da cidade grande.
A Crítica
Mirror’s Edge recebeu boas notas pela critica especializada em todo o mundo. Seus gráficos impressionam pelo efeito vívido de suas cores e grau de realidade de sua cidade vista de cima. O clima de ação intensa e o Pakour inserido no coração do jogo também renderam pontos positivos para o título. Do lado negro da força, a crítica e o público depreciaram o enredo batido e curto. A jogabilidade rende, em média, apenas seis horas de diversão, desapontando a grande maioria dos fãs.
Por Thiago Resende