A Teoria do Teletransporte

Se você já assistiu filmes futuristas ou científicos, com certeza já se deparou com alguma cena onde coisas ou pessoas são teletransportadas de um lugar para o outro. Um bom exemplo isso é o filme “De volta para o futuro”, em que um jovem garoto é teletransportado entre a sua época atual e o tempo passado, de forma a descobrir feitos como o momento em que seus pais se conheceram, o nascimento de seus irmãos e muito mais. O teletransporte, muito discutido nesses filmes de Hollywood, é uma realidade extremamente questionada pelos cientistas até hoje, pois alguns apostam que a teoria do teletransporte pode sim existir, e unindo conhecimentos de química e física, pode ser construído um equipamento com essa função. Mas, acreditando ou não, os filmes já produzidos sobre esse assunto sempre coloca essa teoria em questionamento. Então, que tal conhecer um pouco mais sobre a Teoria do Teletransporte?

O Que é Teletransporte?

Cientistas e pesquisadores da Universidade de Oxford definiram como teletransporte: “Teletransporte é o ato de transportar ou transportar-se instantaneamente entre dois pontos no espaço.” Mas mesmo antes de estudiosos da Universidade de Oxford, fatos históricos já cercavam a teoria do teletransporte. Vamos conhecer então, um pouco da história dessas teorias.

Era uma Vez um Buraco Negro…

A primeira teoria do teletransporte surgiu quando os cientistas passaram a analisar o surgimento de buracos negros ao redor do planeta Terra. O fato do teletransporte violar o principio da incerteza, lei fundamental da física quântica e em estudos feitos, os buracos negros não violavam essa teoria, logo foram descartados. Alguns anos depois, em 1933, um físico chamado Charles Bennette, escreveu e publicou um artigo para o anual Americam Physical Society, que existiam possibilidades científicas do teletransporte de fato acontecer. De acordo com os estudos de Charles Bennette, se existisse o emaranhamento do princípio da incerteza, o teletransporte existiria, porém com a destruição da parte transportada.

Era uma Vez um Buraco Negro…

De Charles Bennette a Erwin Schrödinger

Erwin Schrödinger foi a primeira pessoa a criar de fato, um conceito de emaranhamento do princípio da incerteza e segundo a sua teoria, ele citou que:

 “Quando dois sistemas, cujos estados conhecemos através de seus representantes (funções de onda), entram em interação física temporária devido a forças conhecidas entre eles, e depois de um tempo de influência mútua os sistemas voltam a se separar, então eles não podem ser mais descritos da mesma forma que anteriormente, a saber, associando a cada um deles um representante próprio. Através da interação entre os dois representantes se tornam emaranhados.”

A partir daí, as teorias criadas para o teletransporte passavam a criar mais firmeza perante a sociedade científica e ganharam mais espaço em laboratórios e estudos. Mas antes de nos aprofundarmos um pouco no assunto, caso ainda não saiba, precisa conhecer o que é exatamente o Princípio da incerteza.

Princípio da Incerteza

O Princípio da Incerteza foi criado em 1927 pelo físico Wener Heisenberg. Essa teoria tornou-se uma das mais importantes da física quântica e defende a ideia de que todo cálculo simultâneo feito entre duas medidas quânticas são imprecisas, pois quanto maior for o resultado da precisão de uma medida, maior será a perturbação criada nesse sistema. Isso acontece devido a medição dos cálculos. Então podemos concluir resumidamente que quando existe uma precisão total, o sistema físico foi totalmente deturpado. Essa deturpação inviabiliza a extração de qualquer informação útil do processo.  Muitas pessoas podem achar que o princípio da incerteza seja um sistema causado por qualquer equipamento impreciso, mas não é verdade, o princípio da incerteza é uma propriedade fundamental da natureza e, portanto, não tem possibilidade de ser descartado. Quando Wener Heisenberg  criou e publicou um artigo sobre o princípio da incerteza, ele escreveu que:

“Quando mais precisa é a posição, menos preciso é o conhecimento do momentum neste instante, e vice-versa.”

O momentum, que mais tarde foi denominado na física como “Momento Linear de partícula”, e o cálculo dele pode ser obtido dobrando o valor da velocidade em cima do valor da massa. Isso poderia ser representado mais ou menos como:

• M = 2xV onde,
• M = Massa
• V= Velocidade

Princípio da Incerteza

E Foi Testado o Teletransporte Quântico

E depois de conhecer toda essa teoria, foi então feito um experimento para testar a possibilidade do teletransporte. Na ocasião, os físicos utilizaram um laser que foi apontado para um cristal com propriedades ópticas não lineares.  No processo, um fóton seria convertido em dois fótons, porém com uma energia em valor menor energia e, poderia também existir a polarização entrelaçada desses fótons. Depois desse primeiro processo, o laser foi apontado para um espelho e este refletira a luz de volta ao cristal e assim seria criado um segundo par de fótons. O que aconteceria na verdade, não era um teletransporte de fótons de um lado para outro e sim, suas informações seriam copiadas. Em 2003, foi publicado na revista Nature sobre essa teoria que:

“Quando físicos teletransportaram fótons pela primeira vez em 1997 eles tiveram que destruir esses fótons para garantir o sucesso do teletransporte. Agora, uma equipe na Universidade de Viena, conseguiu teletransportar fótons sem destruí-los. Jian-Wei Pan e seus colegas acreditam que seu método pode ser responsável pelo próximo passo no teletransporte a longas distâncias” ( Referência: J-W Pan et al. 2003 Nature 421 721).

Três anos mais tarde, no Instituto Niels Bohr, na Universidade de Copenhaguem, outra pesquisa foi feita sobre a Teoria do Teletransporte, mas nenhum sucesso foi atingido. A pesquisa foi comandada pelo professor da própria Universidade, Eugene Polzik e por uma equipe especialmente formada para a experiência. Na ocasião, Eugene tentou teletransportar uma estrutura microscópica composta por milhares de átomos por uma distância de um metro e meio. Na China, em 2010, um grupo de cientistas nacionais conseguiu enfim realizar o processo de teletransporte, movendo fótons por uma distância de 16 quilômetros.  Esse feito também foi publicado na revista Nature, no mesmo ano. Ainda existem outros experimentos em pauta, mas até hoje nenhum outro estudo conseguiu obter êxito, já que assim como aconteceu na primeira teoria do teletransporte, os objetos sempre são destruídos antes de completar o processo e assim perdem suas características iniciais.