Voltando a San Francisco

Mais de 10 anos se passaram desde que as ruas de San Francisco foram palco do clássico jogo de direção Driver. Para os fãs, isso parece ter acontecido há bem mais tempo. Driver não é mais o mesmo jogo que era desde sua terceira versão, quando o game tentou uma abordagem “mais GTA” e muito menos Driver. Driver San Francisco vai baixar nos consoles da nova geração em 2011 e tentar mudar a má impressão gerada em torno da série no início da década.

Cidade

O Motorista Volta a Ser só Motorista

Uma das maiores decepções para os fãs da série Driver são as tediosas missões a pé. No segundo jogo da série elas ainda eram aceitáveis, pois se limitavam a sair de um carro para entrar em outro ou entrar em prédios. Apesar de momentos embaraçosos como um Tanner quase pixelizado e a sombra quadriculada mais lembrada de todos os jogos do Playstation One por sua falsidade, o game deixa saudades com sua mecânica interessante e missões que deixam um gostinho de filmes de ação da década de 80. O terceiro episódio, no entanto, marcou o início da fase de decadência da série. As missões cansativas e numerosas a pé começaram a realmente incomodar todo mundo. Em detrimento da declaração da própria Rockstar que admitiu ter usado Driver como inspiração para seu sucesso de vendas GTA, Driver começou a incorporar elementos do concorrente inspirado nele. A resposta do público não podia ter sido outra: um monte de narizes torcidos e críticas vorazes.

Nem Mesmo Duas Cidades de Nova York

A Ubisoft Reflections tentou trazer de volta o sucesso do título da década de 1990 com um jogo de narrativa interessante como seus primeiros antecessores. Driver Paralell Lines mostra a cidade de Nova York em dois temos distintos. Um durante a década de 70, e outro no presente, em torno do ano de 2006. A narrativa não gira em torno dos personagens clássicos do primeiro jogo, mas não deixa de ser envolvente.

Jogo

O pecado se encontra novamente na mecânica de jogo, com direção extremamente truncada, batidas extremamente exageradas que atrasam qualquer tentativa de continuar a missão — bateu, perdeu — e momentos embaraçosos com tiroteios forçados e pedestres sem nenhuma inteligência. A despeito dos jogos anteriores, os pedestres que atravessavam paredes nos primeiros jogos da série parecem mais inteligentes que os de Nova York que correm feito baratas tontas.

Voltando a San Francisco

Um Sonho de Jogo

Driver San Francisco promete ser diferente de todos os jogos anteriores e tão igual aos primeiro que será irresistível para os que gostam de jogos de perseguição e ação sobre quatro rodas. O jogo todo é por definição “um sonho”. O personagem principal, o policial disfarçado Tanner, se encontra em coma depois de ser baleado em sua última aparição na série. As missões se passam em um mundo de sonho do próprio personagem. Soa estranho de princípio, mas a novidade mais legal desse novo título é baseada nessa realidade alternativa. O Shift: uma habilidade que permite que Tanner simplesmente “salte” de um carro para outro enquanto dirige para continuar sua perseguição. Basta pressionar o botão da função e escolher um dos carros à frente em uma visão aérea em câmera lenta e pronto, Tanner vai parar magicamente dentro do novo carro. O “teletransporte” não é um presente tão generoso assim dos deuses dos sonhos de Tanner. O recurso só é disponibilizado para o jogador quando o jogador preenche a “barra de Shift” com manobras arriscadas. Algo como a barra de Nitro em Need For Speed. Com novos recursos e a definitiva eliminação das partes a pé, Driver San Francisco tem tudo para ser o jogo que todos nós estivemos esperando como sequencia desde Driver 2.

Por Thiago Resende

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Jogos

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