O Google e a Justiça Norte-Americana
Segundo ação movida pelo Google na justiça norte-americana, o governo do país teria favorecido mais de uma vez sua concorrente direta, a Microsoft, em escolha de produtos para uso governamental. A atitude hostil do Google contra a rival se deve em parte à estratégia da companhia de entrar mais no mercado de utilidades para escritório, setor este dominado pela Microsoft com o Office e outros aplicativos para uso corporativo.
A estratégia do Google
A empresa de tecnologia para a internet com maior presença no mundo tenta concorrer com a empresa de softwares físicos com mais presença no mundo. Quando o assunto são as grandes corporações de tecnologia, a competição é acirrada e ninguém mais se dedica a um só mercado.
Enquanto a Microsoft tenta entrar no mercado de softwares para nuvem com o Office 365 e outras novidades que rodam online, o Google, que já tem mais território nesse setor, tenta colocar mais cartas na mesa e abocanhar uma parcela do mercado de softwares para escritório que é dominado pela rival. O que o Google tenta nessa disputa é associar softwares de escritório com a nuvem. Em 2007, o Google afirmou para a imprensa que para eles, os softwares físicos para computador estavam obsoletos, ideologia esta que vem sendo seguida à risca desde então. Com exceção do navegador Chrome, a gigante não lançou softwares físicos nos últimos anos.
O processo e os serviços de e-mail
Consta no processo aberto pelo Google uma denuncia feita contra o governo norte-americano alegando que o Departamento de Interior simplesmente excluiu da concorrência o nome da empresa como candidata à administração das suas mais de 88 mil contas de e-mail de funcionários. O contrato com o governo norte-americano teria a duração de cinco anos e valor de 59 milhões de dólares.
Segundo o Google, o governo norte-americano informou em nota que só levaria em consideração produtos Microsoft na substituição de seu atual sistema de e-mail, desconsiderando assim os serviços da gigante da internet. O relatório apresentado pelo governo apresenta claramente os motivos por trás da recusa em usar o sistema do Google, segundo o relatório os produtos Microsoft seriam os únicos que atendiam a todos os requisitos requeridos para o serviço de e-mail.
Mesmo com o lançamento do pacote de softwares para escritório do Google em nuvem, em julho, os produtos do Google não foram levados em conta pelo governo na concorrência de produtos para uso interno, segundo o Google. A empresa afirma no processo que o chefe de tecnologia do governo norte-americano havia afirmado em abril que a opção pelos softwares Microsoft já havia sido feita anteriormente, o Google não teria então chance em uma concorrência.
Por Thiago Resende